joaquim cesario de mello

MÃOS CIGANAS

 

Se tuas mãos falassem

ouviria o idioma dos deuses

mas mãos não falam

apenas dialogam caladas

afagando docemente os céus

feito nuvens roçando macias

o azul do ar em que respiro

 

Em tuas mãos ciganas

perambulam todos meus futuros

e como um bêbado cansado

adormecido em travesseiros sonhados

vou voar em afetos alados

pela amplidão daqueles céus

que amorosamente acaricias

 

Em tuas mãos

prolongo, então, meu destino