Se tuas mãos falassem
ouviria o idioma dos deuses
mas mãos não falam
apenas dialogam caladas
afagando docemente os céus
feito nuvens roçando macias
o azul do ar em que respiro
Em tuas mãos ciganas
perambulam todos meus futuros
e como um bêbado cansado
adormecido em travesseiros sonhados
vou voar em afetos alados
pela amplidão daqueles céus
que amorosamente acaricias
Em tuas mãos
prolongo, então, meu destino