Vive-se o tempo da velocidade.
Tudo posto a nossa disposição,
talvez, até sem necessidade,
consome-se tudo de supetão.
A vida devorada em tempo real,
sem folego para digestão,
não permite análise crucial
ou a mais banal reflexão.
Corre-se para expor uma opinião,
sem maturidade ou autoridade.
Não importa a verdade, pura ilusão,
busca-se, apenas, notoriedade.
O tempo, que escraviza a análise,
também enviesa a percepção,
esvaziando-a do brio da realidade,
transmutando crença em razão.
Vive-se a epidemia da hiperexposição!
Convictos da popularidade instantânea,
empurra-se precária informação,
como paga pela fama momentânea.