PAU DE ARARA
Chico Lino
Contava com sete anos
Quando da sala de trabalho
De meu pai
Deixo a precisão redondinha
Das teclas de uma Remington
Vagueio pelo infindável corredor
Da cadeia pública de Colatina Velha
Busco algo que só crianças buscam
Atento a um som seco
Seguido de grito de dor
Desço escadas
Paro no canto da porta
Sem ser visto
O que vejo?
Era o pau de arara
- In Sentimentos do Rio Doce, 2016