Passo a passo, indo para casa.
Enquanto passo pelos lugares que passamos juntos.
Me vem um sentimento do passado que logo passa.
Mas demora tempo o suficiente para despertar memórias propositalmente esquecidas.
Surge do nada, sem que eu pudesse me preparar.
Uma lembrança pra mostrar que,
apesar de todos ao meu redor,
eu estou só.
Uma lembrança para mostrar que apesar de todos os gestos e feitos,
nada importa.
Poderia eu mudar o passado sem mudar o que passei?
Poderíamos, nós, voltar a ser como antes?
…
O instante passou e assim como trouxe, levou a recordação.
Eu continuava igual,
mas diferente.
Ainda estava sozinho, mas desta vez,
solitário.
A solidão não se representa com números.
Não é a soma dos indivíduos nem a ausência.
É o estado em que se encontra o espírito.
E hoje,
até meu espirito fez falta.