Sem inspiração,
olho o papel em branco a minha frente,
minha mente, mesmo inquieta, não me entrega nada.
Sensação de vazio,
o barulho está ali, presente,
tentando encontrar uma maneira de se manifestar,
O branco do papel continua me cobrando, querendo suas linhas preenchidas
com sentimentos, com cores, com vida!!
Nada...só o vazio,
procuro os pedaços desconexos de idéias que surgem, mas não consigo unir,
não consigo um elo,
Só ausências...
Há um vazio em mim,
Há uma dor abismal em mim, separando minha mente, do meu desejo,
quero com urgência, preencher esta folha,
Não consigo,
O silêncio instalou-se em minha alma,
dificil ignorar isso,
Lutar contra ele nesse momento,
é batalha perdida.
Olho para rua,
A chuva que cai lá fora, também vem carregada de silêncio,
Mas incrivelmente esse silêncio me dá a sensação de sossego,
O dia cinzento e frio, me transmite uma quietude, que se contrapõe
com os sentimentos que carrego internamente!
Me rendo....esqueço a folha em branco,
Largo a caneta, e resignada busco um livro,
Me entrego a ele!
Compreendi...
Hoje , o dia é de leitura,
Não de esccrita!
Queira o Deus da poesia,
que amanhã, este vazio se vá,
E a inspiração retorne,
Para que eu possa enfim,
Colorir as páginas de uma folha,
Depois de um dia cinzento!!
r.furini
junho/2020