Definir o silêncio é definir eu mesmo.
É o meu eu demasiado alto.
O indizível estufado no peito
que não fala, mas tributa.
E então eu vejo-me naquele ponto
silencioso, perdido, aprofundado
no inefável e sozinho.
Todavia, esta solidão nítida não me apavora,
pois é, na verdade, o meu cerne de solitude –
a solidão do silêncio, autoconhecimento.
Meu acontecimento está ser adentro.
Minha espécie de Recomeço.
O silêncio. A definição.
O Eu. A solitude.
O Recomeço. A mundivisão.