Maximiliano Skol

OS BONS OLHOS DE UM QUEBRANTO

Aparentavas nua, assim te via,
De nada a tua veste protegia
Do meu imaginário... E concebi
O teu corpo ao feitio que eu queria.

Foi me de imenso impacto o que aferi
De ser tão meu o corpo  eu antevia
E tive de render-me  quando cri                                                             Um milagre o que a mim acontecia.

Este corpo real  já me pertence
Mas desconfio ao vê-lo, extasiado,
Se é ilusão que os meus sentidos vence...

E, seja como for, mesmo enganado,
Ou, talvez, co\' os bons olhos de um quebranto:
Tenho-te eterno amor co\' o teu encanto.

Tangará da Serra, 01/03/23