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Maria Vanda Medeiros de Araujo

Ninguém a me esperar.

O trem separa o espaço

O lado de lá

Do lado de cá.

Forte, imponente.

 E não me deixa te olhar.

 

Os segundos marcam

A velocidade do trem,

E do tempo também.

Um espaço emerge

Só te vejo entre um vagão e outro.

Breve...breve...breve...

 

O meu olhar se turva

Com a velocidade dos vagões

Agora vejo tudo cinza.

A imagem se mistura  a fumaça

E de repente

Tudo passa...passa...

O trem, a fumaça.

 

A rua volta a ser visível

Só você não está mais lá

No espaço indivisível

Ninguém para eu olhar

Ninguém a me esperar....