DIGITAIS D! UMA ALMA
De pronto me curvei aos versos dela. Depois, prendeu-me aquele olhar esverdeado, prenhe de tristeza. A pele, alva como como neve, dava um contraste exuberante aos cabelos negros que rolavam por seus ombros. Mais tarde a voz, macia e pequena, que acompanhava seu corpo, quase de criança, envolveu-me. Como era possível tamanha sensibilidade abrigar tamanha solidão, muito embora a multidão que a cercava? Nunca entendia. Mais tarde, porém, tudo se encaixou, pois que todo sofrimento tem suas origens em passados remotos. Então, pude entende-la e amá-la como amei de um jeito todo especial.
Nelson de Medeiros