Quantas vezes no alvor dos meus delírios,
Tu surgiste como astro iluminado,
E num caminho de goivos e lírios,
Me deixaste o teu olhar enevoado.
Quantas vezes caminhei à luz dos círios,
A procura de um sonho constelado,
Eu levava no meu peito os martírios,
Tu trazias de outrora o meu passado.
Tinha da noite os olhos enfermos,
O teu silêncio lembra os campanários
E a névoa que adeja pelos ermos...
Tua presença é calma como as sombras
Que seguem os meus passos solitários
Pisando suavemente as alfombras...
Thiago Rodrigues