Sou ruptura pintura rupestre, a múmia do deserto, o buraco negro a céu aberto, sou os abraços não dados, os nós não apertados, a bússola que não soube guiar teus passos, o relógio que perdeu as horas, o fogo que não teve chamas.
Sou o enigmas em estudos avançados já em decomposição, sou a canção que ficou no papel, estiver presente no repertório, mais nos palcos, mantive ausente dos amores infiéis distantes dos motéis.
Eu parei nas ruas para atender os enfermos tranquei as prisões dos cruéis, jogando a chave fora, eu matei os falsos desejos da carne, vivi anos e anos vigiando os humanos profanos desumanos, matei por terra os planos infiéis, dei liberdades aos injustiçados que não cometeram pecados.
Dei clemência aos pecadores, aos bajuladores dei consciência limpa, fui injustiçado pelas minhas escolhas, me vir junto aos que passava fome, tiver que passar noite em claros, ouvindo os sussurros de quem chorava suas lágrimas.
Tentando reverter minha pena, de tão perverso fui condenado a prisão, assssinei por trocar da minha liberdade, fui preso pela manhã solto pela tarde.
Eu fui o juiz e o réu matei o juiz e dei minha liberdade, perante aos réus, fui injustiçado por matar os sentimentos covardes, quando cheguei na encruzilhada, fechei meu corpo.
Oferecendo oferendas aos sete monges que percorre o mundo, em trocar foram sete velas pretas, em cada encruzilhada, para o chefe da umbada em trocar de proteção.
Depois mantive-me, livre das perseguições, em trocar dei minha liberdade, meu corpo já estava cheio de cordões para me proteger.
Não vou julgar você, cchama-me como quiser. Por que nem eu mesmo sei quem sou, pelos crimes que cometir.
Eraldo silva .