Jose Kappel

Céu de Camurça

 

sou pobre, 
sem 
nascença, 
poeta 
já sem 
crença. 

 

desfiz o encanto 
sem pranto. 


desfiz a mágoa 
sem canto! 

 

de um lado 
os melhoranças, 
de festa rápida, 
de bebida 
curta, 
mas de 
saias
belas, 
cheias de 
almejos 
com amêndoas 
de amor. 

 

fui chegando 
sem sair, 
fui olhando 
com toda civiliidade,
antes, 
de entrar.


mas por  trás
da festa
só sobrou
a mágoa
que casou
com a maldade.

E  lá onde moro

uma coisa que nunca entendi:

o céu se redobra

e fica com cor de camurça

é

quando a tempestade

interior nos domina !

(Poesia dedicada à Ticiana )