Pela janela vejo o mundo
Vejo as pessoas que nunca serei
As vidas que não são minhas
Experiências que nunca terei
Passos rápidos, passam lentos
Chegam e saem de seus destinos
De seus dias cheios
De suas vidas vazias
Vejo os carros com vidros fechados
Isolando o mundo do lado de fora
Dos segredos do mundo do lado de dentro
Pela vitrine vejo as crianças passarem
Os carros passarem, os sonhos passarem
Imagino histórias, invento enredos
Crio sentimentos, desfaço frustrações
E alcanço cada um
Com tudo que sou
Pela janela, vitrine da vida
Vejo que sou nada
Que tudo caminha sem mim
Que todos acontecem
Que tudo é e está
Sem mim.