Por detrás da treliça
da sacada velada
escondia-se a donzela
reprimida, enclausurada.
Através de rasgos e ranhuras,
pelas frestas na estrutura,
construía seu universo
com sombras e reflexos.
Tal arquitetura opressora
omitia os folguedos de rua
da jovem em sua clausura,
apesar de sua flama inspiradora.
Com imagens fragmentadas
vivia, sua vida, em contida
tela com fugazes pinceladas
de uma realidade perdida.
São clausuras a serem rompidas,
facultando acesso às Informações,
libertando almas reprimidas,
rompendo treliças de corações.