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Vlad Paganini

FÚRIA

FÚRIA

Não é o quanto fazemos, mas quanto amor colocamos naquilo que fazemos. Não é o quanto damos, mas quanto amor colocamos em dar.

Madre Teresa de Calcutá

 

Falso o sorriso,

Falsa a dor,

Falso o amor reprimido

O colorido

O afago

O abrigo

 

Falsa essa tua fúria

A tua frieza

O teu sentir

 

Verdadeiro o teu medo 

Falso o tempo

Falso o sol que vem

A lua que mingua

Falso o vendaval

Sem vento

Teu sentir em tempestades de areia

O teu silêncio

A paciência

O abraço

O teu momento

 

Falsa a tua defesa

Falso o teu negar

Verdadeiro o teu deserto

Verdadeiro tudo que tu prendes

Verdadeiro o teu muro   

Que não desaba   

O teu sentimento que não rega

 

Falso!

Falso teu diamante bruto que não lapida

Foge com a tua verdade e com o teu beijo no meu desejo

Verdadeiro sim o teu amor

Que hoje me beijas escondido

Em imagens que registrastes em meus lábios

Que carregas até hoje contigo

 

Verdadeiro o meu beijo que em tua saliva levastes 

Beijo derradeiro que vingastes em minha boca

E que me levou ao teu falso mentir

O teu falso sentir

 

Beijo em fúria

O teu verdadeiro beijo

Quão verdadeiro se mostrava contido

Verdadeiro e tal qual mentiroso e falso

O teu beijo que me levou

Ao cadafalso!

Vlad Paganini

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