Dia desses me indagaram a razão de eu ser poeta
Na ocasião permaneci calado sem saber o que dizer
Deve ser para que o coração no peito não estoure
Pois a vida nos esmaga, nos mastiga e cospe fora
O tão bem quisto, insensível, te persegue e te devora
Usado e abandonado como bituca no cinzeiro
O que resta são minhas tristonhas canetas
Aguardando um funeral
Tomara que seja o deles primeiro.