POEMA MODERNO
Dizem que meus versos são doutra idade,
Que vêm da escola da melancolia!
Versos livres, pro Vate, é utopia,
Um dom que lhe negou a Divindade!
E dom não se fabrica, nem se cria...
Inventá-lo é pura temeridade!
Não se desafia Apolo, a deidade
De todas as formas de poesia!
Fazê-los brancos, e belos, e ternos,
Livres, com timbre sonoro perfeito,
É uma tarefa que ao poeta assusta!
Mas, porque escrever versos modernos,
Se o sentimento que eu trago no peito
É amor arcaico, é paixão vetusta!
Nelson de Medeiros