Gustavo Cunha
Idílio
Ouve-se ao longe os sinos que já conclamam.
Um vaivém do povo que assoberba os sentidos.
Roga-se aos céus as súplicas latentes.
Outros, alegres, confrontam as ladeiras, tenazes.
-Para que tudo isto? perguntas.
Respondo-te: é a fé que se desnuda, obstinada.
Toda rija, empertiga-se.
Oh, o esplendor da vida,
Ora incompreendida,
Ora doída,
Todavia, sobretudo, uma bela dádiva divina.