Sob os olhares do tempo fugidio
As coisas acontecem linearmente.
Diante das máscaras das horas
Nada ocorre sorrateiramente,
Pois as visões nada escondem.
Uma palavra mal prolatada
Pode sucumbir sérios ideais,
Porque no feixe do entendimento
A semântica não dissipa o significado
E, então, no martírio das reflexões
Fica impressa a compreensão do verbo.
Uma atitude impensada gera conflitos
Inimagináveis ao conjunto dos atributos.
O pensar é uma corrente em que giram
As mais diversas conotações do empírico,
Logo, há uma devassidão instalada
No resultado final das conceituações.
Num sorriso triste se pode encontrar
Uma alegria embutida na experimentação,
Porquanto não há um vazio delirante
Nas evocações do sentimentalismo.
Às vezes num choro transbordam-se
Fagulhas de uma felicidade alienada.
No caminhar do dia a dia existe um retiro
De fortalezas inexpugnáveis que defendem
As insinuações indesejáveis da ociosidade.
Necessário se faz ficar alerta aos precipícios
Prematuramente produzidos pelos bastardos,
Porque não há abismos de plumas,
Mas de sedução e morte.
DE Ivan de Oliveira Melo