JOHNNY11

Marcado para morrer

 

Assinaste a tua sentença
 Quando disseste que eu era só mais uma lenda
 Devias-me levar mais a sério
 É um conselho de amigo
Tu decides o que fazer com ele
Mas depois não digas que foi falta de aviso
Se precisares de um empurrão
Aqui estou eu para dizer qual o melhor conselho a seguir
O melhor conselho é deixares de ser tão torrão
E admitires que eu tenho razão
Quando digo que sou o maior rapper vivo de todos os tempos
Cavaste a tua sepultura
Quando disseste que eu era só mais um profissional e artista da cultura
Eu perdoo-te porque sei tu tens problemas mentais
Depressão transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia e outras psicoses 
Faz-me um favor e vê se te resolves
Sabes que é difícil lutar contra alguém que está no ativo
Que faz beats e transmite vibes de domingo

Os papeis já estão assinados
Não tens como voltar atrás
Mesmo que sejam rasgados
Tu já estás na mira de satanás
És tu quem vais pagar pelos teus pecados

Com certeza não vou ser eu
A tirar-te da embrulhada em que te meteste
Se não fui eu quem se fodeu
Só posso ser eu a comer este mundo e o outro
Tenho de dar o braço a torcer
Fizeste um bom trabalho
Disseste que eu tinha uma energia negativa
Que afasta quem de mim se aproxima
Vou-te tapar a boca
E colocar um pouco de fita cola
Não quero que ela sofra
Que frite a pipoca
Sabes, tu és um pica miolos
E até no concerto que dei em Arraiolos
Tu não paraste para pensar
Que eu tenho família
E preciso de a compensar
Com uma relíquia
Que seja a minha atuação a prova viva
De que ainda agora comecei
Que a minha vida no rap
É a mesma que no reino
Ser o rei, o be the man
No mundo rap não há treino
Tem que sair à primeira
O rap man to man que dá uma trabalheira
É das oito às seis e meia
Não há pausa nem paragens
Há corações em chama nesta dura viagem

Os papeis já estão assinados
Não tens como voltar atrás
Mesmo que sejam rasgados
Tu já estás na mira de satanás
És tu quem vais pagar pelos teus pecados

Saiu-te o tiro pela culatra
Foste tu quem deu em alcoólatra
Eu sei, é preciso ter uma grande lata
Para dizer o que já toda gente sabe, que fumar mata
Pedir desculpa nunca é demais
E sabes que mais? estou desculpado
Está escrito na testa a palavra culpado
Acho que uma meia palavra basta
A culpa é mais forte que essa vida madrasta
Eu no passado também andei à chuva e me molhei
Sempre me avisaram para não ir pelo charco
Mas eu não liguei eu ignorei os sinais
Hoje posso dizer, estamos no mesmo barco
Se te te atirares ao mar eu também me atiro
Se alguém atirar contra ti, eu me meto à frente e levo o tiro
O tiro que te saiu pela culatra foi o mesmo que me saiu
Quando rezei para que fosses atirado ao rio
Hoje eu me rio, hoje eu sou frio
Tenho um riso sinistro, um riso típico de ministro das finanças
Que já nem sabe às quantas anda
Somos da mesma banda
Ouvimos a mesma canção
Aquele que tu tanto amas
E que ao mesmo tempo à tua maior perdição

Os papeis já estão assinados
Não tens como voltar atrás
Mesmo que sejam rasgados
Tu já estás na mira de satanás
És tu quem vais pagar pelos teus pecados

Os teus planos saíram furados
Sim, aqueles manufaturados
Esses planos feitos à mão
Ficaram sem travão

Mas não vamos fugir ao tema
O que me levou aqui foi um poema
Escrito por mim, não escrito por ti
Cristo confia em mim, cristo não confia em imbecis
As rosas são vermelhas, o meu amor vem das entranhas
O meu amor vem das entranhas, rosas, tão bem que cheira
Queres o mundo, a todo custo
já não sabes o que fazer estás desesperado
Ages por prazer, recebeste um presente amaldiçoado
Não abras mesmo que estejas tentado a abrir
Quando sentires a marca da maldição no braço deixa-a sair

O feitiço virou-se contra o feiticeiro
Disseste que eu fazia rap por dinheiro
Mas parece que foi a tua carreira que acabou primeiro
Eu faço rap porque eu sou uma espécie de justiceiro
Não quero injustiças, crianças a chorar baba e ranho
Só porque lhe foi tirado o brinquedo do urso mealheiro
Roubas o que não é teu sem pedir permissão
Sabes que o que estás a fazer é crime
E crime não tem perdão
É crime seu cão
cala-te, a fome é péssima para o raciocínio
Cala-te, estás sobre o meu domínio
Que vais fazer? vais dizer que eu não te avisei
Pois bem, eu avisei, mas tu fizeste ouvidos moucos
Puseste os fones nos ouvidos, nem olhaste para os sinais de transito
Chamaste-me daltônico quando na verdade atravessaste com a luz vermelha
Se eu sou daltónico tu és o mais burro da musgueira norte
A tua sorte é que eu tenho-te um respeito enorme

Caíste na minha armadilha
Foi preciso eu tocar no nome da tua quadrilha
Julgava-te mais inteligente
Concluo que não és diferente
És igual a todos os betinhos da tua praia
Tens dinheiro mas inteligência não tens que eu saiba
Dou-te um último conselho
Olha-te ao espelho mas com muito respeito
Não digas, espelho meu espelho haverá alguém mais bonito que eu?
Porque senão ele parte
Diz antes, espelho meu espelho meu, haverá alguém mais feio que eu?
Assim ele dirá a verdade
Que és bonito, que tens guito
Mas que não tens a beleza que habita nas profundezas
Do teu coração, um coração sujo e poluído

Os papeis já estão assinados
Não tens como voltar atrás
Mesmo que sejam rasgados
Tu já estás na mira de satanás
És tu quem vais pagar pelos teus pecados