A cada dia deito-me,
Num canto surdo, escuro e empoeirado,
Bem debaixo da sua cama.
Fico quietinho
para ouvir, quando dizes baixinho,
que me ama;
Fico animado,
E deixo um espaço pintado
no meu caderno de anotações,
Para sorver as lágrimas que não enxuguei;
Depois verso com reticências,
Onde te desenhei com dois corações...
Vou para o fogão, sem que tu vejas,
(não sei se é possível, mas espero que aconteça)
Com os sonhos fervendo em minha cabeça;
Esquento o chá,
E a estridente chaleira,
Solta a fumaça, assoviando a nossa canção.
Emociono-me e choro por esse mesmo amor,
Derretido feito manteiga...
É cedo, porém, estou pronto,
Vem amor,
que eu quero logo ser passado no seu pão.
# # # # Nota de autor # # # #
\"Quando a liberdade é deixada intacta, o amor cresce infinitamente\"