Thiago R

Tem nos ares de alvas flordelizadas...

Tem nos ares de alvas flordelizadas,

O silêncio das brancas primaveras;

O aroma que lembraste as madrugadas,

E o canto antigo de longínquas eras. 

 

E uma cruz que viste pelas estradas,

No final do teu caminho te esperas...

E o luar nas covas abandonadas 

A velar-te o teu sono sem quimeras. 

 

O mesmo céu nos segue em calmaria,

E o pranto dos ocasos macilentos

Por um instante era tudo o que eu ouvia...

 

A noite surge lenta como os dobres 

Trazidos suavemente pelos ventos 

Acostumados a vagar nos bosques. 

 

Thiago Rodrigues