Pulo pra lá,
pois venho de lado,
puxado pelo vento,
carregado de flores.
E, na rua, me perguntam:
- é pra todo dia?
Eu falo, esperto,
nem aqui, nem lá,
pois digo:
são as únicas
lembranças que
me deram nesta
esquisita passagem
pela Terra.
Mas,
Sou latônio,sem parcerias,
com esquina de duas mãos,
floresço no jardim
de duas colheitas .
Lá fora de mim
chamo o povo pelo nome,
mas não me atrevo a
escrever o nome da vida.
Atiço!
Borrifou inocência !
Cativou outro passional,
e foi viver a dois
a solidão de mulher
com outra flor
que jamais conheceu o sol !
Você passa como
fogos de artifícios,
lampeja, e depois morre
sem vez,
nos campos de lua.
Você passa no fundo
do baile,
e faz a orquestra entoar
um pouco de lírico -
coisa que abasteceu de
vida - nossas mãos
até ontem - dia de vinténs.
Você é fraca,
depois é forte,
você é luz
e derradeira paixão.
Você entoa a flauta
e a arca.Você vem do
outro lado do bem,
das casas dos arautos.
Você reflete a água límpida,
e arqueja-morena, ao sol,
você vive duas vezes,
mas, em nenhuma delas,
quis, sequer,
ficar perto de quem te
inveja!
Sou eu, por perto,
rondado suas saias
e suspeitando do que
há um lado
e outro lado
e acaba no ocaso.
Eu dou passos pra lá,
e você dança eufórica e já,
no sonhos do coração,
do partido de amor e sem canção.
Já não sou o vigor dos eternos,
sou passo fundo,
que chafurda no amém,
esperando um dia, acabar,
esperando um dia, começar.
Se a flauta entoa
então já sou canção
de despedida, e resto
da nota vespertina dos
pássaros
esquecidos, nesta
concertina manhã
sem maestro !
Neste caos organizado,
abre a porta de flores
e tenta dizer o nome da vida !