Escrevendo posso encontrar
Sentir, novamente, aquele sentimento
Me sinto menos só
Sei que você está comigo
Sempre.
Me chamam de louco
De esquisito, calado
Eles não sabem...
Não mostro a ninguém
Silêncio, ouça minha voz.
Nunca me viram dançar
Triste, valso todos os dias
Sozinho, danço por linhas e versos
Gosto de ver como me chamam
Me sinto diferente.
Seja dançando ou falando
Sou sempre eu
O eu de hoje pode mudar
Sempre mudo
Sempre pareço chato.
Gosto de embaralhar o cubo
Que seja mágica a forma como monta
Sempre diferente, nunca igual
Nem todos conseguem, não há lógica
Gosto de brincar com vocês.
Deixo que pensem o que quiser
Me divirto com suas convicções
Sou música sem harmonia
Busco, por fim, minha partitura
Para que todos possam ler.
Vou queimando meus neurônios
Em palavras sem sentido
Magicamente agrupadas em versos
Escritas em prosa e com toque poético
Leia como quiser, tudo é relativo.
Vivo duas vidas, gosto de sonhar
Ninguém me para, sou livre
Seja na realidade ou não
Chega de cativeiros
E se estiver errado, quem poderá julgar um louco?
Pessoas são complicadas
Livres são insuportáveis
Faço muito barulho né?
Gosto de aumentar a música
Para cobrir a sinfonia da dor.
Vou cada vez mais me perdendo
Não tenho medo de me perder
Que venha o inédito
Que brote o amor
Sem receio ou arrependimento.
Por amor somos julgados
Por escolhas, mortos
A morte vira só mais uma etapa
Quero ir as estrelas
Na minha própria nave.
Me impessa e verá a revolta
Não guardo rancor
Só lembranças
Elas te acusam
Não posso te julgar, faria o mesmo.
Deixe para lá
Vou deixar tudo de lado
Vou me alimentar
Vou retornar a vida
Chega de sonhos, até mais.