Eliabe Lira

Meus sonhos

Escrevendo posso encontrar

Sentir, novamente, aquele sentimento

Me sinto menos só

Sei que você está comigo

Sempre.

 

Me chamam de louco

De esquisito, calado

Eles não sabem...

Não mostro a ninguém

Silêncio, ouça minha voz.

 

Nunca me viram dançar

Triste, valso todos os dias

Sozinho, danço por linhas e versos

Gosto de ver como me chamam

Me sinto diferente.

 

Seja dançando ou falando

Sou sempre eu

O eu de hoje pode mudar

Sempre mudo

Sempre pareço chato.

 

Gosto de embaralhar o cubo

Que seja mágica a forma como monta

Sempre diferente, nunca igual

Nem todos conseguem, não há lógica

Gosto de brincar com vocês.

 

Deixo que pensem o que quiser

Me divirto com suas convicções

Sou música sem harmonia 

Busco, por fim, minha partitura

Para que todos possam ler.

 

Vou queimando meus neurônios

Em palavras sem sentido

Magicamente agrupadas em versos

Escritas em prosa e com toque poético

Leia como quiser, tudo é relativo.

 

Vivo duas vidas, gosto de sonhar

Ninguém me para, sou livre

Seja na realidade ou não

Chega de cativeiros

E se estiver errado, quem poderá julgar um louco?

 

Pessoas são complicadas

Livres são insuportáveis

Faço muito barulho né?

Gosto de aumentar a música 

Para cobrir a sinfonia da dor.

 

Vou cada vez mais me perdendo

Não tenho medo de me perder

Que venha o inédito

Que brote o amor

Sem receio ou arrependimento.

 

Por amor somos julgados

Por escolhas, mortos

A morte vira só mais uma etapa

Quero ir as estrelas

Na minha própria nave.

 

Me impessa e verá a revolta

Não guardo rancor

Só lembranças

Elas te acusam 

Não posso te julgar, faria o mesmo.

 

Deixe para lá

Vou deixar tudo de lado

Vou me alimentar

Vou retornar a vida

Chega de sonhos, até mais.