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Carlos Lucena

CONTROVÉRSIA

CONTROVÉRSIA

Você chega desatenta
Fecha a porta e senta
Seu olhar não cruza o meu
Mas meus olhos 
Devora os seus
Sua voz não cala
Mas não me diz nada.
O escuro é lúdico
E o jogo   é somente a voraz 
Ânsia do ser 
que se debate na clara penumbra do querer!
Meu corpo caminha na indiscrição do vício 
Como se descrevesse no teu
O erro e a virtude
Em desejo feito ofício
Desejando amiúde
Falando mas sem dizer
Fazendo mas sem fazer
Porque aquilo de diz
Nem sempre é o que se quer dizer
E assim se vive
Sem nem sempre poder viver
Escondendo - se na clara ânsia daquilo que não se quer ser!