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Alair Godoy

Olhos negros

O negrume dos meus olhos cansados

tristes e desanimados 

que notaste em teu poema, 

Foi desse mundo um \"presente\"

que feriu a minha mente 

e atingiu minh\"alma serena. 

E o brilho que neles existe 

são raios de um sol triste 

despertando no horizonte;

querendo nesse mundo ver

a semente do amor nascer

puro, como a água da fonte.

Mas sei que esse solo é fraco,

pois o homem parece um saco

de egoísmo e falsidade;

só sabe amar o dinheiro,

sabe que o mundo é um picadeiro

mas que ele é o palhaço, não sabe!

Quem me dera morrer semente...

brotar desse solo quente,

crescer árvore, virar pão;

para matar a fome do mundo

e agasalhar o vagabundo 

que dorme no frio do chão.

Mas como sou parte do nada

da poeira dessa estrada

que vivo a percorrer;

na simplicidade desse nada,

quero ser a alvorada

do meu tudo que é você!