Breno Pitol Trager

EstilhaƧos

Certa vez afirmei, no auge, que versos meus
São olaria, rígidos feito nobre aço
Não estou mais certo dessa crente fé em Deus
Que fez-me sorrir, que canino isto estilhaça

O ferro a adentrar meu sangue, ó Devasso
Faz quentão de vômitos, náusea, de liceus
Sim, minha poesia é um estudo Crasso
Cada afirmação a negar meu passado, meu eu

Se desde minha vil infância com enjoos
Biofontora para evitar-me a anemia
Hoje tônicos são o pó que no filtro coo

E as noites mal dormidas, a vós, alegria
A quem rasantes as asas num sobrevoo
Fisgá-lo, feitor, numa parnasiania