Se é verso que te faço
preparo o cordel de palavras;
laço o improviso,
e mando três ramos de linhas,
que se mal não fazem,
bem, é total duvidoso, e não
faz sorriso.
Não sou homem de palavras
nem de uma! Matrapilho
sílabas que nem ardem!
Vivo remoendo espaços
a procura delas.
Encontro mal!
Não tem dorso nem
caminho - só letra em torto.
Por isso me calo,
e deixo lá que a vida
te entregue o que sinto,
por meio do cálido vento,
busque o poeta na casa
do sol,
e deixe roçar
em seu rosto, as luas
que perene mandam dizer
em poucos versos:
Saudades minhas?
saudades suas!
Tudo em verso!
Chore hoje
e esqueça
que já fui dono
desta pousada
de estrelas !
Agora vou quieto para
a casa do sol de ontem !
Onde mora a pobre mulher
que nunca viu o sol.