Estão mortas as rosas do poente,
Que num horto de sombras esfolhastes,
Mãos suaves de quem vias novamente,
O mesmo céu que outrora contemplastes.
E tão frias como a alma tão silente,
Que as dores pelos ermos encontrastes,
Seguiam-lhes as horas lentamente,
Vós que os sonhos aqui não enterrastes.
Andavam de mãos dadas entre os círios,
Num caminho repleto de ciprestes
As lembranças e os lívidos martírios...
E outra vez a saudade aparecera,
Com teu riso trazendo as mesmas vestes
Que em tempos de amargura me envolvera...
Thiago Rodrigues