O que tenho por direito,
não pode causar defeito,
e nem provocar intriga.
O que tenho por verdade,
não pode ter fatuidade,
e nem se tornar briga.
O que tenho por conhecimento,
não pode ter ressentimento,
e nem exigir um arrazoado.
O que tenho como sugestão,
não pode transformar em indigestão,
e nem virar assunto delicado.
O que tenho de humano,
não pode conceber em engano,
e nem ser tratado com desdém.
O que tenho por amor,
não pode fomentar o terror,
e nem alimentar um vaivém.
O que tenho por consciência,
não pode ser revestido de conveniência,
e nem forçar qualquer vantagem.
O que tenho por cultura,
não pode semear amargura,
e nem ser confundido com vadiagem.
O que tenho por justo,
não pode ser admitido a todo custo
e nem ser único quinhão de lisura.
O que tenho como perdão,
não pode ser um injetar de compaixão,
e nem um corolário de bravura.
O que tenho de bom,
não é pra suscitar frisson,
e nem ser enlevado o seu volume..
O que tenho por querença,
não pode consistir em sentença,
e nem se estabelecer como costume.