Olhou me nos olhos.
Com estranheza na voz, disse
Que não sabia o que eu era
Não sabia quem eu era
Boa ou má
Mocinha ou vilã
Aurora ou Malévola
Fada ou bruxa
Criatura ou ser humano?
Seria uma sereia?
Bobinha, como Ariel?
Ou esperta igual a Iara?
Um anjo ou um demônio?
\"É angelical na aparência e no jeito, também\", disse.
Não sentia que eu seria capaz de cometer atos Terríveis, grandes ou pequenos
Mas isso era assustador pra um humano como ele.
Havia algo obscuro,
Um medo, uma curiosidade
Aproximou-se confuso e interessado
Deus, todos os garotos agem assim?
\"Há algo de errado com você, garota!\"
Ele me disse que não a sentia.
Que minha aura, ele não conseguia distinguir
E aquilo o deixava com medo.
Não havia cor nela, não era quente ou fria
Disse que todos temos uma, eu deveria ter também
Eu sabia que teria uma
Onde a teria guardado? Esqueci.
Com diligência, continuou ao meu lado
Seus olhos bem abertos, a contemplar
A criatura sem aura na sua frente
Até a hora em que desapareci entre as sombras, para sempre.