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Carlos Lucena

CENÁRIO

CENÁRIO 

Vejo no vaso flores vermelhas
Na mesa um livro
De páginas amarelas
No céu gotas de estrelas
E na sala a rústica luz de chamas tão singelas quanto belas.
Um perfume como ondas a vibrar no ar
E um porta retrato pelo tempo perseguido
Insiste com a fotografia que já não pode mais falar 
Mas revela aquilo que foi perdido 
E que até hoje não se pôde revelar.
Numa taça  ainda borbulha uma bebida ardente 
E um cigarro em cinzas inerte em um cinzeiro
Parece soltar uma fumaça ainda quente
E eu aqui a soluçar demente
Nem sei o que minha alma sente!