Carlos Lucena

VITRINE

Que arte é essa
Futurista
Cubista?
Não me interessa
Não é coisa de artista
Nem é coisa de poeta
Mas me implica.
Começou a festa.
Estavam desaparecidos
Agora já mostram os dentes
Ficaram um tempo escondidos
Reaparecem sorridentes
E os punhos já se agitam
Nas mãos espalmadas
E Nervosas
Com pérfidos acenos.
E os sorrisos marcam
Faces escandalosas
De rostos obscenos.
Abraços nada poéticos
Espúria
Que não me foge a fúria
Visto que esse beijo
Sai da boca de lábios sintéticos.