Nunca fui de repente,
nem de versos e prosa,
fui somente sintonia,
melodia do silêncio oculto.
Busquei as portas do céu,
fui cego, louco, paroco,
sagrado, profano e imaculado.
Rasguei o véu e o fel.
Caminheiros do infinito,
que encontro nas letras de um jazz,
como se jazz tivesse letra na melodia.
Somos partes operantes do cosmo,
laborador de sonhos,
em meio a um mundo de poesias mortas,
somos únicos e unicamente.
Ser poeta onde não tem encanto
e como um canto perdido na noite
ou lágrimas retidas no sol.
Nunca fui de repente,
mas de repente me fiz, me refiz,
me transformei em raiz.