Recebo ordens
e me calo,
como um pássaro acuado.
Recebo ordens
e deixo a vida passar.
Eles me confundem com
pajens mal pagos
e doloridos.
Se cores vazias
escorrem pelo meu corpo
é culpa dos intempéries da ordem.
É ordem superior –
me acautelam – é do
Mestre, do Ouvidor do
Rei de poucas terras.
Mas são ordens!
Em que precipício cai?
Vindo não sei de onde,
e sempre partindo malaio
tentando alcançar algum amanhã.
sem apaches.
Mas são ordens
do ordenança que só é pago
para cobrar meus feitos
E meus mal afiliados desastres.
Sento no desastre,
e santo remédio,
virei
ordenaça do
rei de muitas cidades
e de muitas maldades.