cachinhosrt.4

Do lado de cá do espelho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Do lado de lá do espelho,
extenuado eu me encaro
em divina matéria isolada 
 e solenemente declaro : 
não servirei para mais nada 


Nesta dimensão obtusa 
não ecoam mais nossos gritos.
A razão se perdeu entre mitos,
em corrente de cegueira difusa.


Os outros venceram, por fim,
a bondade é mantida reclusa,
e não sei por que foi que eu vim.


Do lado de cá do espelho,
utopias são devaneio.
Miseravelmente suponho :
hábito em um universo alheio

     

Lorrane Estefane