Do lado de lá do espelho,
extenuado eu me encaro
em divina matéria isolada
e solenemente declaro :
não servirei para mais nada
Nesta dimensão obtusa
não ecoam mais nossos gritos.
A razão se perdeu entre mitos,
em corrente de cegueira difusa.
Os outros venceram, por fim,
a bondade é mantida reclusa,
e não sei por que foi que eu vim.
Do lado de cá do espelho,
utopias são devaneio.
Miseravelmente suponho :
hábito em um universo alheio
Lorrane Estefane