Vou seguindo o vento
Voando novas possibilidades
Barrando em grandes árvores
Mas, livre para contornar
Como vento, brisa audaz.
Parado feito nuvem
Não existe próprio movimento
Estagnado até certo ponto
O vento me leva livremente
Passivo, abandono fácil minhas convicções.
Árvore crescendo sem raiz
Peixe nadando em lama
Pássaro voando sobre incêndio
Vivo de constância, sempre mudando
Paradoxo, acho chique.
Pulo linhas imaginárias
Reescrevo diversos finais
Vivo, porém, a monotonia
De uma vida normal
Do abrir ao fechar do olho.
Abandono cada vez mais
Minhas primeiras linhas
Acho graça na incoerência
Brinco, como criança, com a lógica
Padrões! Não estamos aqui para quebrá-los?
Tudo muda rápido
Pensamentos, temas...
Gosto de construir
Destruir e inventar
Gosto de liberdade, voar.
Vou queimando como chama
Minhas cinzas ganham linha
São minhas testemunhas
Provas de uma combustão
Sou fogo queimando eternamente.
Sou guardado em potes,
Espalhado pelo mar,
Jogado ao vento,
Exposto na parede,
Lido com rapidez.
Caminhando pela floresta
Tocando no fundo do mar
Amando o desconhecido
Explorando o cosmos
Sendo, perfeitamente, eu.