Nilivek

Isso é viver

Eu acho que nunca me importei com nada realmente

Sempre tudo foi passageiro e sem roteiro

Era guiada pelas memórias de outrora e pelas verdades daquela mesma hora

O destino me era um laberinto

O futuro era só mais um bobo anseio

De uma vida sem expectativas de viver.

 

Mas eu só queria sentir, sentir e viver

Eu era feliz por estar viva, porém a tristeza me invadia na hora de ter que viver

Mas eu só queria sentir

Ainda que o que mais prevalecesse fosse a melancolia

Daquelas piores que um nublado e solitário dia.

Mas eu só estava sentindo.

 

Hoje já não sei mais o que sinto ou o que quero sentir.

Já estou mais misturada que a areia com o mar.

Estou acostumada a relevar e pensar no quão fugazes são as emoções, os sentimentos, as conversas e as trocas de olhares.

 

Tenho somente por verdade que sou um ser humano, em constante destruição e reforma.

Abandonando minha forma de ser a cada cair no sono.

Com o sol da manhã em minha janela anunciando minha renovação.

 

Mas o passado sempre bate a porta

Querendo continuar com cada estrago que me faz lembrar

É como tocar sempre na mesma ferida

Não há pausas nem tréguas nestas questões

O doce devaneio me leva a esquecer

E o amargo rancor insiste em se hospedar

Mesmo não havendo alimento que sustente tantas paranóias.

A melancolia, com tão boa hospitalidade, sempre o convida para mais um dia.

As horas se passam e todos parecem ser da família.

É o que eu diria sobre estes que todos os dias me visitam.