Presa…
Ema Machado- Brasil
Há em mim um medo incompreensível e absurdo…
Nunca consegui apreciar uma borboleta, sem imaginá-la a lagarta fora do casulo.
Não temo metamorfoses, nem a liberdade é meu receio.
Um pássaro pequeno voa, mas só, tem seus medos.
Fobias, queria vencê-las.
Vejo-me a aranha, presa em minha própria teia…
Feri-me, carrego cicatrizes.
Onde foram morar meus sonhos?
Solidão criou raízes, é árvore sem flores ou frutos
O inverno é frio, falo às paredes meus segredos
Fechei portas e janelas, poucos adentram minha cela
Adormeço meus grandes anseios
Até que, raios de sol penetrem pela fresta da cortina
Ilumine o dia, despedindo o medo
Que eu possa apreciar uma borboleta em sua beleza
Livre, leve em suas asas, em sua sina…