Hébron

Em letras

Achava que eu era letra

Mas me encontrei em versos

Em prosas carentes de rima

Contos incontáveis, desconexos

Vi-me num insinuoso rondel

Achava que eu era a escrita num papel 

Em trovas que gritava sinas

Estrofes contadas em métricas 

Quadrantes sem a liberdade

Presos numa mera estética 

Poema de um impreciso

Tentei me aventurar num indriso 

Perdi-me em seu terceto

Encontrei-me num soneto

E achava que eu era letra

Uma breve aldravia

Um canto de cotovia

Para fazer-me poesia 

E nas pontas dos dedos vivia

Pelas linhas que eu empunho

Mas ao espelho 

Ainda era um simples rascunho