Canto para aliviar o estresse enfadonho
Dum quotidiano enjaulado no empirismo
Que se acentua na frenética composição
De átomos dissociados no éter metafísico.
Canto para não conviver com desventuras
Que possam aliciar minha poética intuitiva
E me deixar desleixado diante da artística
Inspiração que me traz o bálsamo sensitivo.
Canto para não expiar do isolamento febril
As emanações titânicas dum universo irreal
Donde as cachoeiras fenecem tão poluídas
Quanto o interesse humano por fazer o bem.
Canto para abastecer minha mente de lírios,
Pois nos jardins em que a primavera povoou
Somente os espinhos se mostram dispostos
Aos concretos conceitos da misericórdia pura.
Canto para extrair da imensidão a reta lógica
Que possa açambarcar o mundo da politicalha
Que faz dos homens reféns de altas propinas
E os fazem esquecer que vida é tão só amor!
DE Ivan de Oliveira Melo