TEU NOME
Não é quimera não, é de verdade
O teu índigo olhar... Teu sorriso
É aurora celeste que eu diviso
No horizonte amargo da saudade!
Ao ver-te o desejo minh! alma invade
E faz sonhar... Mas, teu nome, indeciso,
Inda que eu queira, aqui não formalizo;
Se tu quiseres, dá-lhe claridade...
Pois, se com ele intitulo este poema,
Confesso, sem qualquer estratagema,
Esta paixão que arde e me consome...!
Assim, embora desaguando em pranto,
Faço este soneto e componho um canto
Sem o som da cantiga do teu nome...
Nelson de Medeiros