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Jose Kappel

Um Dia

um dia,

dia sim, dia não,

chamei meu pai de

forte

e minha mãe de flor de lis.

 

um dia chamei meu mestre de dono

e meu oeste de decepção,

meu norte de esperança,

já que lá no sul

debruava

choros de mulheres

vestidas de camaleão.

 

um dia chamei

meu amor de vida

e minha morte de vazio,

chamei o rei de basco

e a rainha de tigresa,

que distribuia

bondades e maldades.

 

e pela vida fui chamando

até, que de algum lugar,

onde se fala amando,

me mandaram me chamar,

eu fui porque todo

mundo

tem sua hora

de mandar.

 

então, minha amante

chamou o féretro,

pomposo e florido,

mas com o omissivo de dor,

enquanto, minha amada,

chorava feito

rosas sem dono.

 

e tudo se ruiu,

e feito Roma,

não sobrou nada,

nem os que do poder,

fluiam.