O sol que ofusca minha visão
A lua que me trás uma paz
Caminhando em noites longas sem fim
As águas do mar, vêm e vão, a praia é linda durante a noite, e, não há ninguém nela
Me sinto pregado, pendurado como um quadro em exibição
Vendo tantos rostos passar e esperando alguém olhar para mim
Um livro na vitrine em liquidação, páginas novas sem serem folheadas
O sinal fecha, o sinal abre, faixa de pedestre, não há carros na rua hoje...
Disse que nossos corações se completam
Mas, por quê sinto que estou incompleto?
Passo horas olhando para nós, e não temos nada haver, somos incompatíveis
Eu até me esforço, mas, não consigo te entender
Melhor descer desse carro e ficar na beira da estrada andando
Posso até mudar, o que há de ruim em mim
Mas, se eu me desconstruir por completo por você...
O que sobrará de mim? O que restará de mim?
Eu serei outro \"eu\"? Deixarei de ser \"eu\"?
Eu até gosto de sua presença, até gosto de sua companhia
Embora, você anda me desgastando, como uma vela sendo devorada pelo fogo
E meu pavio está sendo queimado e queimado por você
Minha cera está escorrendo, derretendo aos poucos, então, antes que tudo acabe, vou assoprar esse incêndio involuntário...
Eu bem que queria voltar aos bons dias
Quando as coisas eram melhores
Mas agora, estamos um pouco estressados
Me pendure na parede, coloque-me como um quadro, me ponha à venda por um preço baixo
Estou abaixo do que me pedem
O mercado está mais e mais concorrido
Sou uma obra de arte abstrata
Que provem dos sentimentos do próprio criador
Por fora, embora, pareça que minhas feições demonstrem a \"não reação\"
Por hora, tenho minhas emoções, então, não se aproveite delas....