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Arlindo Nogueira

À DISTÂNCIA SEGA

Ao chegar naquele aeroporto

Vi um avião com ela subindo

Senti o meu mundo sumindo

Fiquei atônito meio sem chão

Deu espocar no meu coração

Átrios pulsam mil compassos

E a retina ao fitar os espaços

Viu sumir no céu àquele avião

 

Eu critiquei o Santos Dumont

Deverias ter parado no 14 Bis

Ela não decolaria eu seria feliz

Em curtir seu amor puro e real

Levar-te-ia de canoa artesanal

Ver os voos rasantes das águias

E ouvir o murmúrio das águas

Tal qual as garças do pantanal

 

Talvez você retorne algum dia

Mas com certeza será diferente

A distância sega e não se sente  

O instante já se torna debalde

Sem se fitar o amor dói e arde

Ganha em se perder o desatino

Ao quebrar o elo do seu destino

Construir depois pode ser tarde