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Drica

Sereia

No fundo

Deslizando como uma enguia escorregadia

De lá para cá

No escuro

Habitando um lugar solitário

Intocável pelo homem

Fundo, desconhecido e temido

Ninguém nunca foi vê-la

Medo?

Talvez receio que ela possa ser verdadeira

Não há canto, apenas silêncio

Anda à noite pelo fundo do oceano

Caindo como um peso, uma âncora

 

Eu sou a solidão gelada, empedernida

Não posso me queimar

Não posso gritar

Quem me ouvirá?

O mar é um esconderijo imenso e azul            

Azul escuro, ébano total

Não há tesouros a revelar

 

A água é como um manto transparente

Todo peso em mim, como uma duna de sal

Me fazendo afundar, afogar...

Até eu me calar no fundo do mar.