Eduardo Alves de Oliveira

Inferno, I.

Inferno, I.

 

Carpem os prisioneiros sempiternos
nas vis moradas dos anjos traiçoeiros...
Em ímpeto vêm santos mensageiros
anunciando a boa nova dos infernos:

 

Os lobos, panteras e o leão da França
sobre o divino poeta investindo,
recuam-o para os tártaros: \"Bem-vindo:
Vós que entrais, abandonai toda a esperança\".

 

Das visões foi o poeta se enojando,
das almas que perdiam-se no inferno,
condenadas então ao constante pranto.

 

A palha, do trigo se separando,
remoía, nos íntimos, ao fogo eterno
os pecados contra o Espírito Santo.

 

Eduardo Oliveira.