Vivo o luto da desigualdade, da injustiça do mundo desde o berço.
Do nascimento não desejado, da criança maltratada, do adolescente castigado ao adulto traumatizado.
Vivo de reconstruções de peças que nunca deveriam ter sido quebradas, caçando cacos de uma obra inacaba prestes a ser lançada.
Vivo
Morro
Deito
Levanto
De canto em canto transformo meu pranto nessa poesia
Crua, dolorida mas não vazia.