Esta foto que olho não sou eu...
Naquele dia eu era, fiquei lá.
Ali, eu sou aqueloutro que viveu,
Agora, eu sou aqueloutro, aqui, que está.
Mas, o aqui, como o lá, já ocorreu
Neste exato momento que não dá
Tempo de perceber, pois percorreu
Tão depressa demais no agora (já).
Não sou, apenas passo... A cada instante
Passo em milissegundos ...Cada foto É imagem perdida, insinuante
De que tudo é instável e remoto.
Tudo que a mim parece é só, portanto, Quando penso que existo, por enquanto.
Tangará da Serra, 30/11/.2019.