ICONOCLASTAS
Não me diga que vale a pena
Não me diga que isso é amor
Você com sua alma pequena
Com a força do seu braço
E a anarquia do seu sentimento
Não tem noção do horror.
A flâmula que veste
Você nem percebe que nos seus ombros ela chora de dor.
Enquanto você assassina a arte
Indefesa na parede
Enquanto você
desnuda sua bunda
Você mesmo suja o verde.
Você assassina a memória
Com loucura iconoclasta
E com a arma na mão
Virou lixo na história.
Você não quebrou
apenas os vidros
Nem somente
Deu golpes no pintor
Você sujou você
Você matou você
Mesmo que a bomba
não tenha explodido
O seu grito não foi entendido
Porque sua fé não venceu.
E o deus que você defende
Nem você mesmo entende
Que Ele mesmo não entendeu
E de arma na mão
E ódio fabricado no coração
Ignora o legado de amor
Isso não é virtude de religião
É a fé pintada de outra cor
É a cor da destruição
Semeada com a própria mão
E plantada não vingou
Porque a mão que plantou
é aquela que nunca amou.